terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Paula Oliveira teria confessado que mentiu




Observando o notíciario das últimas semanas, o que parece é que a imprensa não aprendeu nada com a Escola Base. A busca incessante pela notícia e principalmente pelo furo de reportagem "quese" colocou o Itamaraty em uma saia justa. Digo "quase" porque as consequências poderiam ter sido muito piores para as relações internacionais Brasil - Suíça. Foi correta a atitude das autoridades de nosso país em defender a brasileira, afinal era isso que esperariamos coso estivessemos em seu lugar. Porém tanto o presidente Lula, quanto a imprensa pecaram em um ponto: julgar antes de apurar os fatos.



Essa "barriga", jargão jornalistico para a publicação de uma notícia falsa, foi mais maléfica para a imagem da imprensa. Principalmente para a rede Globo, que tranformou o caso Paula Oliveira em atração principal de seus notíciarios. As fotos da moça mutilada eram mostradas incansavelmente por toda a programação jornalística. As emissoras de tv correram atras de familiares, amigos e colegas. Principalmente o pai que foi literalmente colocado na parede pelos repórteres. O circo da notícia foi armado, e a brasileira era a atração principal.



Não podemos também esquecer de outras confusões causadas pela corrida da notícia. A cobertura da morte de Jean Charles em Londres foi recheada de contradições e especulações falsas. Em maio de 2008 os principais portais de internet deram a notícia de que um avião teria caído em um prédio no estado de São Paulo. Alguns sites inclusive até noticiaram a confirmação do acidente pela Infraero, empresa responsável pelo sistema aeroviário do Brasil. O que se supunha ser a queda do avião, na verdade era um incendio. Não houve nenhuma apuração e o erro já estava feito.



É certo que hoje, mais do que nunca, o tempo é decisivo para as coberturas jornalisticas. Todos querem receber a notícia em tempo real. Com essa nova demanda e com os novos recursos tecnológicos os jornalistas devem redobrar o cuidado com a apuração e com aquilo que publicam. Principalmente cuidado com as pessoas que estão envolvidas. Uma notícia errada pode custar a vida de pessoas. Muitas vezes os danos causados por uma barriga podem ser irreversíveis. E na maioria das vezes os maiores prejudicados não são apenas os veículos de comunicação


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